quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

E chega uma nova década!

Numa década marcada pelas balas perdidas e durante a qual o tiro na cabeça “chegou para ficar”, é um milagre estar vivo em 2009.

É muito bom olhar para trás e achar que, apesar das balas perdidas, dos desencontros amorosos e das crises econômicas, estou melhor hoje do que em 2000. Sobretudo porque não fui atingido pelas balas, desencontrei-me de quem não valia a pena, e a crise no Brasil foi apenas uma “marola”.

O que aprendi nesta primeira década deste milênio é que se eu não abrir os olhos, caio em armadilhas diariamente. A geração BBB inaugurou a era do fake escancarado. O fake que chega a dar dor no saco. Pior é que cheguei, no início da década, a me apaixonar pela pessoa mais fake que já conheci. Até o sorriso dela é calculado. Graças a Deus é 2009, quase 2010! E graças a Deus não precisei viver na pele as consequências das falcatruas dela. Ela que se vire agora e que Deus abra os olhos de quem dela se aproximar (tá ferrado!)
Entretanto, apesar da porrada na cabeça, eu me emocionei com a “aparição” de Susan Boyle. Hoje, não sei se quero que ela morra ou se tento me perdoar pela inocência tardia. O certo é que preciso parar de acreditar em tudo quanto é merda que me aparece à frente. Mendigo pedindo dinheiro? Fake. Freira pedindo ajuda para obra? Fake. Presidente do povo, para o povo e que veio do povo? Fake. Os seios da Sabrina? Fake. O peitoral do Junior? Fake. Suplementos alimentares de laboratórios brasileiros? FAKE!!!

Melhor parar de acreditar mesmo. Questionar sempre e pronto, acabou.

Acabou a década. Não sei se espero chegar ao seu final vivo. Se for para viver, que seja com saúde e sem nenhuma sequela de tiros nem facadas. Que seja amando alguém de qualidade (como estou agora) ou simplesmente só.

Que 2010 nos traga milhares de motivos para sorrir. Que seja inaugurada a década da paz (queria muito acreditar nisso... mas é difícil!)

Melhor simplesmente desejar o mais simples: que eu continue incólume a tanta porcaria. Deus me livre e guarde.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Do Começo ao Fim: Anatomia da Homossexualidade

Recentemente assisti a um filme intitulado Do Começo ao Fim que, aparentemente, conta a história de “dois irmãos” homens que compartilham um amor mútuo tão grande que acabam vivendo uma história de amor carnal.

Ora, a homossexualidade implica, essencialmente, na atração pelo outro que compartilha das mesmas formas anatômicas, em um narcisismo extremo. A relação especular (de espelho mesmo) aqui encontra sua expressão máxima. O amor de W por UU é precedido por uma aventura na frente do espelho antes de tudo. Ao cruzar com o olhar de UU, W não sabe se quer tê-lo ou se quer sê-lo, sentimento esse talvez compartilhado por ambos. W e UU partem para a busca dos “noves fora”. O ideal, para W é que UU seja W e vise-versa. O máximo do conforto para esses dois é a fusão ora simbiótica, ora perfeitamente especular. O modelo dos “irmãos”, sangue um do outro, é simplesmente perfeito, o amor ideal, o ápice da semelhança e do conforto homossexual.

O que causa repulsa na maioria dos espectadores é o suposto incesto. Suposto visto que, sob a ótica lírica adotada pela própria narrativa, não há dois, muito menos irmãos. Do Começo ao Fim é uma aula de anatomia da homossexualidade. Percebe-se isso claramente ao se analisar detalhes como: na infância, quem se destaca na piscina é o “irmão mais velho”, ao passo que o “irmão mais novo” se recusa a comparecer a algumas aulas de natação. Na idade adulta, o “irmão mais novo” é quem viaja para nadar no exterior.

Todos, sem exceção, ao redor deste “par”, aceitam a condição com profunda naturalidade. Não há dois caras ali. O que as pessoas aceitam com tamanha naturalidade é a homossexualidade de um. Pois talvez seja isso. Talvez seja essa a busca do homossexual em seu extremo narcisismo: encontrar mais do que sua cara-metade, mas outra cara como a dele.

Sai do cinema com a sensação de ter assistido a uma aula de anatomia psíquica.

Treva



Não fosse pela pulsão insistente.
Fosse eu tudo o que você projetou de si em mim
Talvez eu contemplasse outra possibilidade
Quem sabe eu não pudesse largar esta estação
e cruzar a cordilheira que tanto temo
Mas já é tarde e o estômago ronca
A noite assola e assusta
Minha cama me espera
Meu amor me aguarda
Meu saco estourou
Depois tento fazer contato
Depois que eu tiver contactado a mim mesmo
E compreendido por quê insisto

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ih, ae: o cara disse que não vai envelhecer!

Tá ouvindo? É o beat, cara! O beat da vida, da música no terceiro andar! o tum-tum-tum de gente passando. O baticum dos pensamentos, que jorram pela corrente sanguínea, manifesta-se em palavras faladas, escritas, gestos...
É o beat que o leva à academia para malhar “feito louco”. Conheço bem este beat. É vontade de viver. Eu também malho pra viver. Viver melhor. Às vezes acho que vivo pra malhar. É um vício. O beat não pára, brother! Não pára! E o baticum continua. E assim envelheceremos. Envelheceremos bem.
A vida pulsa aí dentro, mais forte do que qualquer outro mal. Não há mal que resista à vontade de viver pra ver. Pra ver aonde vai dar. Dona Lúcia que o diga. Lu, como era chamada carinhosamente, viveu até os 84 anos e viu muita coisa, apesar do mal que tentou passar-lhe uma rasteira anos e anos, sem jamais conseguir drenar-lhe a energia. Energia provinda de sua vontade de viver e ver. E viu. E viveu. Com dignidade.
Siga o beat. Não se perca dele. E por favor, não se esqueça de me mandar o convite da festa de seu 80º aniversário!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Silêncio

Há momentos em que preciso calar. Canso-me de minha voz, de minhas palavras e convicções. Canso-me das ideias de sempre, que sempre aparecem mascaradas como novas.
Há momentos em que preciso ouvir mais. Ler mais. Beijar mais. Abraçar. Transar. Deixar as palavras na gaveta e revisitá-las aos primeiros raios de sol anunciando o fim do caos - ou seria o início da pseudo-ordem?
Está na hora de falar!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Morte do Ícone Michael

"Michael Jackson está morto. Fisicamente. Porque, em termos artísticos, nos últimos quinze anos ele foi apenas um zumbi do qual todo mundo ria e tirava sarro. E são essas pessoas que hoje se mostram comovidas com o seu falecimento.
Mundo estranho este, não? Pense nisso... "

Regis Tadeu

Caso Você Morra Hoje

Levante-se da cama como se sua morte estivesse marcada para o final da tarde.
Tome um bom banho. Vista uma cueca limpa. Limpe as orelhas com cotonete. Troque a roupa de cama suja. Livre-se das revistas de sacanagem que estão empilhadas há anos nos fundos do armário.
Afinal, nunca se sabe quem encontrará seu corpo e quem cuidará de suas tralhas depois que você tiver montado no porco.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Cambada de cretinos

Ontem o Jornal Nacional mostrou os preparativos da Copa de 2014.
Bilhões estão sendo investidos em construções e reformas de estádios.
Enquanto isso, faltam escolas. Faltam hospitais. Falta segurança.
Falta vergonha na cara.

sábado, 30 de maio de 2009

Sai fora, gordo chato!

Entendo perfeitamente as diferenças entre as pessoas. Já dizia o poeta da periferia: cada um com seu cada um. Entretanto, não consigo tolerar os esquisitos de plantão, que dedicam a vida à observação da vida alheia e que se regozijam na crítica aos outros.
Costumo chamar isso de chatice e mediocridade. Sou defensor do lema viva e deixe viver. Juro como não estou nem aí para como X se cuida ou deixa de se cuidar.
A questão, porém, é quando os gordos de plantão decidem nos perguntar como mantemos a forma.
Nunca mais caio nesta cilada.
A história é sempre a mesma: entusiasmados com a possibilidade – remota – de ajudar, não contamos esforços para descrever a rotina que levamos. Eles sempre reagem da mesma forma:
- Como assim você não come farináceo? Ai, isso eu não consigo. Você é maluco.
- O quê? Espinafre com claras? Ai, oremos!
- Ai, não! Mas nem queijo minas você come? Gente, que treva! Mas ricota não tem gosto de nada.
- O quê? Você toma moderador de apetite à base de cafeína? Você não tem medo de morrer não? Gente, você é ma-lu-co!
E por aí vai.
As desculpas são sempre as mesmas: ou o prato é muito ruim, ou a mãe prepara os pratos mais gostosos – e gordurosos – aos quais é impossível resistir, etc., etc.
E então a coisa descamba para a crítica. Somos loucos, obcecados, maníacos e assim por diante.
Resumindo: querem emagrecer, mas não querem abrir mão de nada. E então, face à própria incapacidade de mudar e de se disciplinar, caem em cima dos magros.
Negócio é o seguinte: não me aluga, mané!
Dá pra conceber um gordo bonachão, alegre, de bem com a vida, pois esta é a imagem típica dos gordos.
O problema é aguentar um gordo chato, infeliz, invejoso, teimoso e que curte criticar os outros.
Aqui vai um conselho: assuma sua própria forma, tente ser você mesmo e pare de tentar ser como o outro, pois para ser magro, a menos que a pessoa seja abençoada por uma genética fantástica, é preciso ser, antes de tudo, disciplinado. E disciplina é o que você não conhece. E tem mais uma coisa: quem não consegue controlar o que ingere, provavelmente não consegue controlar mais nada. Abraço!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Swan

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Hoje pela primeira vez assisti a um episódio da série Grey’s Anatomy. Achei muito bem dirigido, com boníssimas atuações e, o melhor de tudo: uma excelente trilha sonora! No final do episódio tocou uma canção muito bacana, que me tocou logo de imediato. Tratei de memorizar duas frases para empreender-me numa busca pela Internet. Foi moleza encontrar. Swan é o título da canção de Unkle Bob. Muito legal! Vale a pena conferir.



terça-feira, 5 de maio de 2009

Não vejo a hora de lhe ver


Pela fresta da porta ainda não consigo ver o seu todo, mas já sei de sua existência, o que me serve muito bem como um elixir neste momento de angústia.
Minha ansiedade encoraja-me a abrir a porta para lhe ver por completo, mas o bom-senso me controla, lembrando-me que ainda não é chagada a hora.
O momento é de preparação, elaboração. Tudo o que me resta a fazer neste instante, durante este recorte de minha realidade, é ter calma. Organizar-me.
Mais uma etapa começa. Novos desafios. Novos planos.
Que bom que você apareceu. Foi maravilhoso encontrar esta porta. Estou certo de que você me aguarda sorridente, prometendo-me um pedaço de paz recheado com laboro.

sábado, 2 de maio de 2009

Li na PPO

BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB

Para quem não sabe, a PPO – Piores Perfis do Orkut –é uma comunidade onde os membros postam os perfis que eles acham mais toscos e ridículos.
Um rapaz postou o perfil de um homossexual e intitulou o post de “Tem coisa pior que isso?”
Um outro membro da comunidade, curiosamente chamado Satanás, postou o seguinte comentário:
BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB

Rapá, pior que perfil de boiola é perfil de ladrão que aparece com cinco celulares na cintura, todos claramente roubados. O boiola dá o que é dele. Come quem quiser. O ladrão ‘vida loka’ toma o que não lhe pertence.”
BBBBBBBB
E não é que o Diabo tá certo?
BBBBBBBB

quinta-feira, 30 de abril de 2009

180 graus

xxxXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Ontem retornei
Sem, entretanto, ter voltado
Tentei, mas não me desprendi
Fiquei ali, remoendo
Pensando
Tentando encontrar a lógica ou o equívoco
Sei apenas e simplesmente que retornei
Revisitarei este quadro, esta pintura, esta foto
Muitas outras vezes
Como sempre revisito desde 1996
O caminho já é há muito conhecido meu
Só o que muda é a cor das paredes
Ou talvez este quadro, esta pintura, esta foto
Ganhem novos tons com os anos
Ou com os anos envelheçam seus tons
Pastéis a cada minuto
Caldo que não é de cana, mas que dá
Dá muito. Dá muito o que pensar.

Meu Voo de Asa Delta

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ponto parágrafo: o primo bacana do Ponto final

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Não existem grandes complicações no que se refere a dar início a um texto. As ideias transbordam, as palavras fluem, criando períodos, construindo parágrafos. Basta uma boa caneca de café ao lado – sou tão viciado na bebida que a xícara não consegue dar conta –, uma fagulha na cabeça e, é claro, estado de espírito propício para a atividade de elaboração textual, e os dedos vão tocando nas teclas, sapateando como o Astaire.
Eis então que surge um problema. Lá pela metade do texto, quando a ereção ainda está de bom tamanho, isto é, satisfatória, já começo a pensar no gozo. Sim, porque o gozo é sempre o objetivo. Passo a me perguntar: onde é que isso vai dar?
Como de costume, levanto-me da cadeira, dou uma volta pelo corredor, vou até a cozinha, visito o banheiro, de vez em quando dreno as linfas e retorno ao computador.
Fico muito preocupado com o desfecho do texto. Sempre acho que a conclusão tem de estar em sintonia qualitativa com a introdução ou, pelo menos - dado que nem sempre a introdução empolga - com o meio. Penso que o desfecho não pode decepcionar. É como aquelas músicas que acabam em fade. Cristo Rei, como odeio aquele negócio. A impressão que dá é que faltou criatividade, faltaram as notas para encerrar a canção e alguém no estúdio resolveu ir baixando o volume lentamente. Não quero fade. Quero ouvir a última nota que antecede o silêncio. Não quero que o silêncio venha chegando em doses homeopáticas, em fade. Fade! Fade é o cacete! É como reter o gozo, senti-lo se aproximar de leve e, ao ejacular, ter um prazer meia-boca. Sim, porque o prazer já estava vindo, vindo, vindo, e toda aquela energia que minha mente depositara no grande final foi para o saco, ou melhor, saiu dele. Acabo não aproveitando o processo do gozo devido à ansiedade depositada no final. Fazer o quê? Vai ver minha estrutura psíquica seja essa. Talvez eu não seja o cara do processo, na mais pura acepção do termo.
Conto nos dedos os livros que já li cujos finais foram bem amarrados, redondinhos, sem deixar o leitor chateado. Neste setor, tenho como grande referência o grande William Boyd. Boyd sabe dar um desfecho elegante e – queira perdoar a redundância – conclusivo a suas histórias.
Inclinado à auto-análise como sou, sempre me pergunto de onde surgiu esta minha necessidade de finais arrematados. O mais próximo que já cheguei a qualquer conclusão teve a ver com minha cultura telenovelesca. Quando mais jovem fui um ávido consumidor de novelas. Assistia a todas elas: das seis, das sete, das oito e das dez. Os finais das novelas eram sempre bem engendrados, organizados: bandidos presos, mocinhos se casando, todos os elementos obscuros encontrando a luz dos esclarecimentos. É muito provável, então, que eu tenha trazido para minha experiência literária, como leitor e ocasional produtor de textos, as expectativas que aprendi a manter ao desempenhar meu papel de espectador expectador.
Odeio quando não consigo encerrar um texto. Detesto quando, ao final de um livro, o autor deixa na escuridão alguns elementos e não consegue encontrar um desfecho bacana. E, como não é raro que isso aconteça, estou começando a pensar que no trabalho literário o que menos importa é o gozo do final.
Quem sabe, então, o gozo não esteja no final, mas no meio? Ou quiçá no início? E levanto uma nova dúvida: seria minha dificuldade de encerrar um texto uma forma inconsciente de negar o fim? Acho que vou ficando por aqui.

sábado, 18 de abril de 2009

Rock´n´Rolla!!!!


Ah, como eu gosto de filmes e livros de gangsteres, mafiosos, ladrões e trapaceiros!!
Acabei de assistir a Rock´n´Rolla do Guy Ritchie e fiquei extasiado!! Não vai dar para escrever quaisquer comentários sobre o filme sem pontos de exclamação!!
A trama é muito bem bolada, cheia de cenas engraçadas, muita ação e piadas elegantes! Elegantes como os ternos dos caras!
Achei curioso identificar alguns elementos muitíssimo parecidos com os do romance The Wheel Man de Duane Swierczynski, ambientado na Filadélfia. Arrisco dizer que Ritchie bebeu dessa fonte. Com direito, inclusive, a um quase homônimo. Em The Wheel Man, o protagonista chama-se Lennon. Em Rock´n´Rolla, o chefão do crime se chama Lenny.
Destaque para a cena de dança entre a contadora gostosa e o bandido, ao som de Waiting On a Train do Flash & The Pan (que no Brasil, em 1983, foi parar na trilha sonora internacional da novela das seis intitulada Pão Pão Beijo Beijo). O recurso dos balões para ilustrar a conversa entre os dois deu um toque HQ sensacional!!
Este vai para a minha lista dos DVDs para comprar. Nota mil!

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX Minha avaliação:


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O Corcovado Continua Lindo



Não importa como esteja o céu...

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Chova ou faça sol...

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Não importa a estação...

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Qualquer que seja a umidade relativa do ar...

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Ou quantos graus esteja fazendo...

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Tu encantas esta cidade!

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sexta-feira, 17 de abril de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Como Matar o Chefe





Eis uma antiga obsessão pertinente à fantasia de muitos subalternos: como aniquilar, extinguir, dar cabo do chefe.
Nunca tive um chefe – pelo menos não por muito tempo. Calma! Não dei cabo de nenhum! É que nas poucas empresas onde trabalhei, antes de trilhar o caminho da autonomia, encontrei alguns loucos que, baseados em critérios ainda metafísicos para meu pobre raciocínio, me promoveram a algum cargo de chefia.
Achei um saco chefiar. Respeito quem diz por aí: “Adoro trabalhar com pessoas”, mas tenho outro discurso: “Adoro trabalhar com pessoas bacanas”. E é difícil encontrarem-se muitas delas. “Pessoas bacanas” no âmbito profissional, pelo menos para mim, não quer dizer “amigas”, pois não acho que ninguém deva ir ao trabalho para fazer amigos, mas para trabalhar. No Brasil, é quase obrigatório fazerem-se amigos no trabalho. Só que numa análise mais cuidadosa, observa-se que aqui “fazer amigos” no trabalho é uma forma de escoar a energia psíquica advinda da ansiedade persecutória imposta pela consciência de que não se está fazendo o que deveria. “Amigos” no escritório acabam sendo “Cúmplices”. E ai daquele que cumprir com as funções para a qual é pago. É logo taxado de “esquisito” ou pé-no-saco.
Pessoas bacanas no âmbito profissional são aquelas que não precisam ser lembradas do que foram contratadas para fazer. Pessoas com noção. Que respeitam o tempo dos outros. Raramente se atrasam. Gostam de trabalhar.
Bem, voltando à tal obsessão homicida dirigida ao chefe, imagino que haja duas fontes para tal loucura.
Primeiro, é provável que o poder exerça uma força negativa sobre quem está chefiando, de maneira que o sujeito acabe agindo como um verdadeiro cretino, que tenta tirar vantagens dos outros, explorar as pessoas, desrespeitá-las. Conheci uma chefe assim. Leu direito? Eu disse UMA. Isso mesmo. E pior que a mulher faz isso tudo sorrindo. Só um olhar clínico para perceber que ela é uma cretina, uma déspota esclarecida. Acho que ela ainda não se tocou de que sua grandeza só é visível em empresas pequenas e que um bando de pessoas com baixíssima autoestima a cercam.
Segundo, é possível que o chefe cumpra um papel incômodo de lembrar aos subalternos que eles têm de trabalhar. Simples, não? Daí todos querem vê-lo a sete palmos, pelo menos (acho) metaforicamente.
Estou louco para botar as mãos neste livro – 101 Ways to Kill Your Boss - de Graham Roumieu. Já estou à caça. Sempre achei o ambiente corporativo assim... digamos.... circense. O livro deve ser delicioso. Roumieu é um ilustrador de primeira. Boa sorte aos chefes!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Ela



Ela demorou. Nossa, como demorou.
Resolveu pintar o cabelo e fazer um penteado.
Fez as unhas – das mãos e dos pés.
Limpeza de pele.
Tomou uma ducha bem demorada.
Em algumas partes do corpo usou sabonete.
Noutras, um gel de banho com perfume de rosas.
Colocou a calcinha vermelha que comprara no dia anterior.
Passou quinze minutos a se olhar no espelho.
Passou creme em todo o corpo.
Batom nos lábios.
Delineador nos olhos.
Colocou o vestido curtinho de seda vermelho.
Salto alto.
Mais cinco minutos a se olhar no espelho.
Duas borrifadas do melhor perfume.
Salto alto.
Um retoque no cabelo.
E, finalmente, saiu para encontrar seu príncipe.
Ele só queria abraçá-la, beijá-la, amá-la
De frente, de quatro, de lado.
Ah, aquele penteado estava com os minutos contados.

Ele



Ele tomou um banho.
De chuveiro.
Com o sabonete de sempre.
Enxugou-se.
Pôs desodorante. Aerossol.
Checou a cueca. Limpinha e sem nenhum furo.
Jeans.
Meia soquete.
Tênis bacana.
A camisa, passadinha.
Nem usou o sinto de segurança para não amassar.
Chegou ao prédio onde ela morava.
Ligou do celular.
“Só mais cinco minutos, amor”.
Ah, aquela camisa ficaria amarrotada. Muito amarrotada.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Girando

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É... a vida....
Este eterno redemoinho de eventos
Que traz e que leva
Gente, coisas, sensações

Esta vida que me deixa tonto
Com tantos fatos
Com tantas coisas
Com tantos tontos

Tontos como eu
Imbecis como todos
Mas estamos aí
Ou, como andam dizendo,
Estamos juntos

Só Deus sabe onde e quando
Vamos parar
Para pelo menos descansar
Ou quiçá vomitar

Espero eu um dia entender
Parte do mecanismo desta rede
Que gira, rodopia, que traz e que leva
E que me faz rir, amar, odiar e chorar

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Anatomia de uma Amizade Capenga


Ou: A Inveja Sinaliza a Hora de Se Afastar


Ele se apaixonara pela ex namorada do amigo. O amigo lhe dissera que não a aguentava.
Disse que a criatura falava pelos cotovelos. Que dominava as conversas. Não tinha paciência com ela.
O amigo disse ainda que não tinha paciência com ninguém. Não aguentava namorar ninguém.
Ele, mesmo assim, pediu que o amigo não voltasse a procurá-la sexualmente.
O amigo chegou a achar absurdo, e garantiu que não sentia mais nenhuma atração por ela.
Na primeira oportunidade, entretanto, o amigo tentou comê-la.
Foi então que ele percebeu que o amigo o invejava.
O amigo, aliás, invejava tudo e todos. Não queria ver ninguém feliz.
Diagnóstico simples. O amigo odiava a si mesmo. Não aguentava ver a criatura falando, contando suas histórias interessantes. Dominando a conversa por cativar a atenção dos outros. Isso porque ele nada de interessante tinha a dizer. Só se queixava da vida. Nada prestava.
Quem não prestava era ele.
Não tinha paciência com ninguém. Não admitia ir além da trepada. Despachava as mulheres antes que elas vissem quem ele era de fato e o rejeitassem. A rejeição lhe apavorava. Só que ele rejeitava a si mesmo.
E que tamanha curiosidade do amigo agora, uma vez que ela já tinha transado com o outro...
Queria reafirmar-se, validar-se. Queria ver de quem ela mais gostava.
Ele percebeu tamanho desespero do amigo, que se afogava cada dia mais no poço da mediocridade e do vazio de sua vida, e foi à igreja acender uma vela por sua alma perturbada e infeliz. Orou. Deixou a vela acesa e, ao sair da igreja, percebeu que a chama daquela amizade apagara-se para sempre.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Antes que o diabo me carregue


Meu conceito de entretenimento ainda encontra-se atrelado à ideia de diversão. Quando eu me divirto, sinto-me feliz, leve, empolgado. Não é difícil então compreender a direção que o meu corpo toma – sozinho – ao entrar numa vídeo locadora: vou direto à parte de filmes de aventura, ação, policial; às vezes dou umas voltas pelas comédias, sobretudo se houver alguma novidade com Ben Stiller ou Adam Sandler ou ainda o grandioso Jim Carrey.
No último final de semana tive vontade de rever O Demolidor com Ben Affleck e, de quebra, aceitei a indicação do atendente e aluguei o famoso e bem cotado Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto.
Assisti primeiro ao Demolidor e no dia seguinte dei uma conferida no Antes que o Diabo.
A primeira metade do filme engana direitinho. Traz uma mistura bacana de ação, tensão e um toque de comédia. Entretanto, a narrativa logo descamba para o drama existencial, focando em um universo onde filhos sem grana assaltam pais, irmão come a esposa do irmão, irmão quer matar irmão, pai mata filho e todo mundo mente. Ou seja: e daí? Me conta uma novidade.
A experiência do cinema para mim ainda está nos elementos do processo sobre o qual se estabeleceu a narrativa clássica de Hollywood. Mais do que uma identificação, quero me transportar, me projetar. Quero me colocar no lugar de alguém diferente de mim. Alguém cujas qualidades eu gostaria de ter. Por uma hora e meia – no máximo duas horas, por favor! – consigo viver um sonho, com direito a uma trilha sonora em dolby surround.
Não é surpresa, então, que eu tenha curtido muito mais assistir novamente ao velho Demolidor do que ao novo Antes que o Diabo... É claro que eu gostaria de ter aqueles poderes do super-herói. É claro que seria muito bom ser bonitão como o ator que o interpreta.
Não é nada divertido ver um cara com um corpo de quem come 10 cachorros quentes por dia andando semi-nu por um apartamento, planejando assaltar a joalheria dos pais e dizendo que a solução para seus problemas com a esposa – uma deusa maravilhosa - é vir morar no Rio de Janeiro. Não há nada de novo em ver gente mentindo, traindo, trepando sem prazer, drogando-se. A não ser que o espectador tenha menos de 23 anos, aí tudo bem.
Não posso, entretanto, deixar de admitir o valor cinematográfico de Antes que o Diabo... Começando pela forma com que a história é contada, passando por belas atuações, bons movimentos, boa fotografia. Mas falta o herói. Falta o belo. Sobra o que se vê na vida real. E isso não me diverte.
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xxxxxxxxxxxxxxxxxxxMinha avaliação:


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sábado, 11 de abril de 2009

Frank Martin é o cara!


Nos anos 80 e 90 o universo dos filmes de ação era dominado por nomes como Sylvester Stallone, Bruce Willis, Steven Seagal e, antes que eu me esqueça, Arnold Schwarzenegger. Todos eles conseguiam dar conta do recado, oferecendo o que todo aficionado por filmes do gênero deseja: ação com muito ritmo e intensidade.
Neste início de milênio, quem ocupa este lugar é o ator/lutador inglês Jason Statham. Não me ocorre agora qualquer outro que concorra com ele.
Não perco nenhum de seus filmes. Gosto de todos.
Esta semana assisti ao terceiro da série Carga Explosiva. Sensacional! Frank Martin está cada vez melhor. As cenas de luta em CE3 intercalam-se com momentos mais sérios e menos tensos. Coisa do grande e genial Luc Besson, que assina o roteiro com Robert Mark Kamen.
Agora Frank tem de entregar uma carga certamente muito explosiva: uma ucraniana maluca e linda. Só não é mais gostosa por falta de espaço. A mulher enlouquece ao ver todo o “vigor” físico do herói quando este, durante uma luta, vai tirando peça por peça de roupa até ficar apenas com as calças no corpo.
Ambos estão usando uma pulseira eletromagnética que os impede de se afastar mais de sete metros do carro. Caso se afastem, o acessório explode, transformando-os em picadinho de carne.
O encontro do motorista inundado de testosterona com esta carga ucraniana rende algumas cenas muito sensuais, pois chega um momento em que ela não consegue mais esperar para “esfregar-se naquele tanque” e ele sucumbe à vontade de “dar um jeito” na louca tesuda.
Carga Explosiva 3 garante entretenimento da melhor qualidade, com direito a uma bela fotografia, panorâmicas, movimentos de grua e plano aéreo. E, obviamente, Jason Statham em sua melhor forma, dando soco em tudo quanto é cretino. Não recomendado para quem gosta de chorar nem para os famosos cinéfilos parasuicidas – os que se amarram em sentir aquela vontade de cortar os pulsos depois de um filme.
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xxxxxxxxxcccxxxxxx Minha avaliação:

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Rima medíocre para um frango infeliz




Detesto ter de dizer isso
Mas o frango salgou
A cada mordida que dou
A boca trava
Tava louco pra comer frango
Mas esse tá difícil de engolir
Não se aborreça
Não faltará oportunidade pra você acertar
Só não vai ser com esse finado
Coitado
Morreu em vão
Seu destino não será o intestino
Mas os cafundós do lixão
Ou quem sabe saciará a fome do cão
O cão aí do lado
Ou talvez o próprio diabo
Só sei que por maior que seja o embaraço
Dessa ave não como nem mais um pedaço

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Não demores


Basta que olhes em volta para perceberes o reflexo de meu espírito. A camada de pó que se espalha por aqui tem uma conexão direta com o lúgubre estado do meu córtex. Minhas assim chamadas funções psíquicas superiores encontram-se bloqueadas. Não consigo colocar ordem nas coisas.
A pilha de roupas é um indício direto do acúmulo de energia que não se escoe de minha psique.
Olha e verás. Luto para não enfrentar qualquer luto. Talvez ainda seja cedo demais para chorar pela perda do bom senso. Este amigo de longa data que resolveu abandonar-me sem ao menos deixar uma nota avisando quando voltará. O velho bom senso cuja companhia sempre prezei.
Nutro, entretanto, a esperança de que ele reencarnar-se-á a qualquer momento. Posto que somos tão íntimos, recuso-me a crer que ele conseguirá sentenciar-me a uma vida insensata, na qual minhas ideias careçam de ordem, direção e coerência.
Risco a pedra e busco um alento utópico ao sugar lentamente esta ponta esponjosa, esta maldita traiçoeira que promete o que não pode cumprir. Introjeto este amálgama que rapidamente se espalha pelo sistema. Tão rapidamente quanto o pó se espalha por aqui.
Sorte que o templo dos pesos se abre amanhã. Quem sabe amanhã eu acorde com outro espírito.

Quem foi que abriu o Gorgonzola?


Peide só. Só peide sozinho. Pense muito bem antes de compartilhar seu metano com qualquer outra pessoa. Não deixe de refletir antes de mandar para a atmosfera sua colaboração etérea. Juan, que também é Antonio, não pensou. Irritou Jose, que também é Braule – quase Bráulio -, que ficou roxo e partiu para o ataque. Com uma faca.
O Clarion Inn jamais será o mesmo depois deste episódio. O Texas continuará na mesma, sem nenhum abalo ao status quo. Bizarro é o sobrenome do estado.
Por sorte – ou azar – Juan, que também é Antonio, sobreviveu. Por pouco não virou mais um peido no espaço.

Ice Ice Baby

Sim. Eu me amarrava no Vanilla Ice. Fodam-se os pseudopuristas, pseudoexperts, peseudointelectuais. Não me interessa se o cara se vendeu. Pouco me importa o que ele fez da vida. É inegável que o cara sabe fazer RAP e não se fala mais nisso.
E eis que estou no meio de uma de minhas inúmeras incursões pelo YouTube, quando me esbarro com o clipe abaixo (cuja incorporação um dia será desativada, não me pergunte por quê). O avesso de Ice, Ice, Baby conseguiu me cativar. O moleque sabe cantar, tem uma voz nota dez. Right Side of The Tree rocks!! Two thumbs up!


...

terça-feira, 7 de abril de 2009

Dúvida




Não sei
Não sei se eu tomaria o Zip
Para te esquecer.
Talvez não, não sei.
Sei que fostes ruim comigo
Mas não deixastes de me fazer bem também
As partes em meu cérebro onde te cristalizei
Colaboram, junto com minha alma cauterizada de ti
A dar forma a este ser que sou
E talvez eu não teria vindo a ser
Este ser mais tortuoso, porém mais flexível que sou
Não tivestes tu penetrado em minha existência
Inundado temporariamente minhas células
Onde habitastes
Não sei se tomaria o Zip
Para te esquecer
Ou a qualquer outra coisa
Não sei

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Mudanças chatas


A Avenida Sernambetiba virou Lúcio Costa... mas todo o mundo continua indo à Sernambetiba.
O Hotel Meridien eliminou a cascata e virou Iberostar... mas continuamos a nos encontrar ali na esquina do Meridien
O Galeão virou Tom Jobim... mas o carioca ainda pega seus voos no Galeão
Mas o Galeão perdeu as chamadas de Íris Lettieri... e ficaremos órfãos daquela voz aveludada... que vacilo, Infraero!
Há coisas que não deviam mudar...
Foto: Aeroporto do Galeão (RJ) - Mari Adão

PQP! GDSF!


Será que tentaram roubar-lhe o hífen também, Sexta-feira?
Será que nem você escaparia? Será que nem você escapou?
O Tufano afirma que há controvérsias.
Eu afirmo que com ou sem esse pau no meio
Eu amo você
Com ou sem caipirinha
Eu amo você
Com ou sem aquela trepadinha
Eu amo você
É que você já é um símbolo
Símbolo de tudo que há de bom e relaxante
Você nos remete ao fato de que existe vida
Além dessa realidade suspensa e paralela do trabalho
Podem até lhe roubar o hífen
Mas não há reforma que consiga roubar-lhe o espírito
Esse espírito de gozo, de bagunça, de eterno carnaval
Porque sempre foi e nunca deixará de ser nossa querida sexta-feira!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A Deusa do Vácuo


E ela que “se achava”, perdeu-se na escuridão da mediocridade de sua própria vaidade.
Tentou retornar, mas descobriu que não havia lugar.
Para onde retornaria? Para onde estavam aqueles de quem zombara um dia?
De mais nada adiantaria sua retórica, sua fala articulada.
Suas palavras, já antes vazias, deixaram-lhe na mão, recusando-se a sair de sua boca.
Não creio, entretanto, que ela desista. Para ela sempre haverá uma possibilidade.
Enquanto a juventude não lhe abandonar, ela continuará a se reiventar.
E não lhe faltarão novatos, que jamais lhe viram antes, para acolhê-la
Até o dia que virarem-lhe a cara e desejarem vê-la morta
E poucos a velarão ou sequer uma vela acenderão
Sua alma solitária terá de cruzar um longo caminho árido de orações
E, talvez arrependida, ela acorde do pesadelo e deixe no chão o fardo
O peso do autoengano que a cegou por tantos anos.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

1/4/09


Queria muito que me contassem uma boa mentira hoje.
Queria ouvir que não preciso mais me preocupar com nada.
Que toda minha confusão mental não passou de um pesadelo
Quem sabe, até, uma piada de mau gosto.
Queria que alguém me dissesse que meu pai não morreu e
Que ele está me esperando no bar pra gente tomar umas e papear.
Queria que a Fátima Bernardes brincasse, noticiando a cura do câncer e da Aids
Quem dera que ela ainda noticiasse a cura para a falta de vergonha na cara
Queria que em vez de vídeos de cabeça para baixo, o YouTube mostrasse o vídeo de
Quem me vendeu aquela porra de telefone, pedindo desculpas por me enganar.
Queria que algum filho de Deus – ou do cão – me dissesse
Que posso beber todas, fumar de tudo e comer
Qualquer merda sem ter de me preocupar com a possibilidade de perder a forma.
Que forma deliciosa de se viver, seria!
Que todos tenham um ótimo primeiro de abril.


terça-feira, 31 de março de 2009

Assista até o final hihihihi

Veja antes que danifiquem o disco









Havia muito tempo que eu não pensava na palavra REBU até que assisti ao irreverente Queime Depois De Ler. Não sei se é a melhor comédia do ano, como afirma o The Sun, até mesmo porque vejo muito mais filmes de suspense e aventura do que comédias. Só sei que QDDL é de tirar o fôlego.
O talentoso Brad Pitt está pra lá de convincente em seu papel de cabeça oca. George Clooney faz qualquer um gargalhar com seu personagem paranoico. Tecer qualquer elogio ao Malkovich é redundante. Sempre brilhante. Foi bom rever o Richard Jenkins, sempre natural em suas interpretações.
Acho que verei o filme novamente no sábado. Vale a pena. Afinal, Joel e Ethan Coen sempre recheiam seus trabalhos com detalhes... com certeza perdi vários.
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XXXXXXXXXX XXXXMinha avaliação:


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segunda-feira, 30 de março de 2009

Já era um astro. Só faltava subir.


“Se a música está presente apenas para destacar uma cena de ação ou de amor, ela não é realmente interessante. É como colocar açúcar demais num bolo.”
Maurice Jarre *1925 – ¥2009

Ultimato


Não te darei ouvidos, cruel Tanatos
Pois não passas de uma tentação vazia
Não me levarás a lugar algum senão ao meu próprio vácuo
Desse, entretanto, já tenho ciência
E muito bem sei que tal consciência só me reserva dor
Afasta-te de mim, pois hoje estou disposto a amar
Por mais árduo que hoje pareça cada passo nessa direção
Cruzarei este caminho de qualquer forma
E, mais tarde, quando tiveres entrado em equilíbrio com meu universo tortuoso
Desequilibrar-te-ei em tua natureza severa
Com meus suspiros e gemidos de prazer

sábado, 28 de março de 2009

Chuck it all up!


Ah, tá!


Com o Tata Nano, agora sim aprendo a dirigir!

Ah, O Pudê!


Sábado chuvoso no Rio de Janeiro: coisa mais cretina que existe. A chuva não reduz o calor, as ruas alagam – de uns tempos para cá virou moda: chuviscou, as ruas viram represas -, o carioca, que já não tem o menor senso de direção e ordem em dias de sol, torna o fluxo de pedestres ainda mais caótico e ridículo quando chove... Dá uma tristeza dos diabos.
Entretanto, como sempre existe a luz no fim do túnel, mesmo do Rebouças, com sorte, não falta luz e conseguimos, pelo menos, nos sentar frente ao computador e assistir TV. Perái... Não, não, não foi isso que eu quis dizer... ou será que foi? Ah, acho que foi sim. É que esse negócio de TV ficou um saco. A expressão “Assistir TV” virou um mero hábito lingüístico. Porra, tira esse trema daí, Word! LingUístico.
Creio que tudo tenha começado com o advento do Walkman. De repente, cada um passou a escutar o que queria – sozinho. Não me esqueço da época em que eu ficava grudado ao rádio esperando que tocassem aquela música que estava naquele álbum que eu não tinha grana pra comprar. Os consoles de videogame foram parar na mão do jogador. Surgiram os gameboys da vida, onde ninguém além do jogador precisava ver o que estava na tela. Eu tinha um daqueles consoles CCE – abençoada CCE que incluiu a pobretada como eu ao mundo dos games. O ATARI era um sonho mais distante naquela época do que o PS3 hoje. Eu era viciado no SeaQuest, mas tinha que jogar ali, na televisão que não servia apenas para jogar-se videogame. E o JN? E a novela das seis? Aliás que, depois das 18:00, as novelas dominavam o campo mental de todos na casa. E iam até depois das 22:00. Quem já passou dos 35 lembra que havia novelas das dez. Mas, voltando aos games. Quando peguei em um videogame de mão, me apaixonei. Ali não tinha novela que interrompesse o filho da puta que estivesse no nível 22 do jogo, numa época em que cartão de memória era fichamento para estudar pra prova ou um “lembrete” num pedaço minúsculo de papel que colocávamos entre as pernas durante as provas.
Vieram os livros da série Enrola e Desenrola (acho que era esse o nome), em que dava-se ao leitor o direito de decidir o desfecho das histórias. Já em 1980 vendiam-se discos compactos com aulas de ginástica gravadas para que o cara malhasse em casa à hora que bem entendesse. Um deles começava com um cara exclamando: “Fazer ginástica é ótimo!”. Obviamente o compacto ia parar na PQP e ninguém malhava PN, até mesmo porque naquela época não era imprescindível ter um tanquinho. Só na área de serviço mesmo. Só que mesmo assim, o cara tinha o poder de comprar o material e decidir não malhar PN.
Surgiu a MTV – antiga Music Television, atual Mooo Television (sua programação hoje é tão chata como um bando de vacas mugindo). Conheço uma garota (ih, rapá, de garota ela já não tem mais nada *risos*) que colocava uma fita de VHS no videocassete, programava para gravar em EP e deixava rolando a noite toda. No dia seguinte, assistia aos clipes como bem quisesse, retrocedendo, avançando, pulando, repetindo... Esse foi o ancestral mais próximo do YouTube. E chegamos onde eu queria. Estamos assistindo cada vez menos TV.
Hoje eu me sento ao computador e baixo aquele episódio de LOST ou de HOUSE sem precisar esperar semana que vem. Vou ao YouTube e assisto ao que quiser. Sou responsável por minha própria programação. A fim de rir? Sem problema. Posso assistir agorinha mesmo aos vários “MEDA” do Pânico. É que enquanto o Pânico estava no ar, naquela noite de domingo, eu estava saindo do ar, lá em Santa Teresa, já no terceiro copo duplo de caipirinha. Aventura? Drama? Romance? Porrada? Cara, tem de tudo no YouTube.
Temos hoje o que sempre sonhamos: poder de decisão. Não há Payperview que se iguale ao poder que o YouTube nos concede. E é muito gostoso. É muito bom escolher. Tudo. Já se foi a época em que se ouvia falar da briga entre Faustão e Gugu por audiência. Que se danem os dois! Já se foi a época em que esperava-se uma semana para saber o que aconteceria naquela série. Foda-se! Eu tenho Emule. Para nos puxar de volta ao sofá agora vão ter que inventar algo muito forte. Porque somos poderosos!
Pena que ainda não temos o poder sobre o tempo. Mas tudo bem se chover. Só não pode faltar luz!

terça-feira, 24 de março de 2009

:-(

Queria tanto chorar e não consigo. Estou travado. O nó na garganta incomoda, mas as lágrimas não saem. Onde estão as cápsulas de desaparecimento? Como faço para chegar ao zero absoluto? Como procedo para interromper as sinapses?
... como é bom escrever... as lágrimas acabam de dar sinal.

segunda-feira, 23 de março de 2009

¨

"Em tempos de reforma ortográfica, nunca trema em cima da linguiça!"

sábado, 21 de março de 2009

O Milagre do Sábado

Miracle


Clouds drift away
when they see you
Rain wouldn't dare
to fall near youhere
Miracles happen
when you're around
Somehow the grass is muchgreener
Rivers flow faster and cleaner
Being with you
no matterwhere
sunlight breaks through
and suddenly there's
A bluersky
whenever you're around
You always bring
a bluer sky
a brighterday
Thunder is silent before you
Roses bloom more to adore youtoo
Miracles happen
when you're around
The sunset is deeper andlonger
The scent of the jasmine is stronger
Stray dogs don'tbite
Birds start to sing
Lightening daren't strike
You suddenlybring
A bluer sky
whenever you're around
You always bring
abluer sky
a brighter day
Birds fly
even higher in the sky
Sunshines
It's a new day

PSB

Oh, it's soooooooo much better when you're around!!!!

Uma do Cory


"If you live like you're dying, then you're already dead"


Cory Williams aka Mr.Safety

Meio


Ah, deixa pra lá! Vá vivendo. Vá andando. Pra frente. Aproveita esta emoção que faz o sangue ferver, corando o rosto, inchando o balão – alegria de criança.
Não deixe de pagar as contas, mas solte pipa.
Não pare de trabalhar, mas não deixe o bate-bola para depois.
Declare o IR, mas escale o morro e explore a caverna.
Só não vai se esquecer de escovar os dentes nem de lavas as mãos!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Nossas estrelas comerciais entram agora...


E não é que o Clodovil se foi mesmo? Vai deixar saudade. Será que virou purpurina ou raio laser? Claro que sempre que se fala em Clodovil, a primeira coisa que se pensa é em seu jeito pra lá de bichoso, que fez uma marca. Entretanto, mais do que bichoso, Clodovil era um sujeito muito bem articulado. Sua eloqüência era admirável.
Culto, inteligente, Clodovil era o dono da palavra. Seu jeito por vezes arrogante não conseguia esconder uma certa ternura em seu olhar.
Deixou uma lacuna em nossa TV. Isso porque Clodovil era singular. Nunca precisou pegar carona em onda nenhuma. Era dono de seu próprio estilo.
Imagino sua chegada no céu, onde São Pedro lhe pedirá para olhar para a lente da verdade e responder a algumas perguntas.... Ih! Esse papo vai durar horas! Aposto como o estilista vai acabar tomando o lugar do Santo na portaria. Só que ele se recusará a ser porteiro. “Magiiiiiinaa!!!” Clodovil será MC celestial. Poderoso!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Igualzinho ao paraíso


Sabe aquela banda que move, comove, emociona, arrepia, lança moda e estabelece uma linguagem? Claro que estou falando do The Cure. Claro que há muito de memória afetiva aqui, pois eu era adolescente e eles me ofereceram aquilo de que eu precisava tanto na época. Mas o fato é que os caras acabam de ser considerados “Godlike Geniuses” pelo New Musical Express, o que acho muitíssimo justo.
Poucos marmanjos não sofreram pelo menos um pouquinho da influência do Robert Smith. Estou feliz pelo reconhecimento merecido.



segunda-feira, 16 de março de 2009

17 de março


Watchmen




Watchmen: go watch it, but make sure your lover tags along so you have something to do besides savoring the flick score.

Danou-se


E a coisa se agrava. Vai ficando mais séria. Mais gostosa. Mais aterrorizante. Medo de me ferrar. Medo de ferrar. Medo. Meu Deus. Dê-me juízo. Justamente agora que eu chegara a um estrada reta. De onde surgiu a curva? Onde eu estava com a cabeça que não a vi se aproximando? Não dá pra correr. Muito tarde pra fugir. Dois passos para trás e caio no buraco de que me desviei. E agora? O buraco ou a curva?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Mergulho

Como posso desejar a invisibilidade quando quero sentir o calor do seu olhar?
Como ser invisível sem deixar tudo para trás quando minha alma quer saber o que vem pela frente?
Queria dizer que paralisei, mas continuo indo... mergulhando... nadando... tentando tomar fôlego... inundado neste lago de gerúndios, pingando as gotas deste processo.
Que processo lindo que acelera-me os pensamentos, o metabolismo...
Quero TCK TCK TCK



quinta-feira, 12 de março de 2009

12 de Março de 1999

Há exatamente dez anos te conheci. A gente já tinha se visto no metrô outras vezes, mas no dia 12 de março de 1999 foi foda! Não deu pra segurar... Você tocou e ficou na minha alma, assim como todas que já amei. Descobri essa canção com você, que tinha o CD. Espero que você esteja bem, com saúde e feliz!



quarta-feira, 11 de março de 2009

Garota Imaginária no Espaço

Pintura digital do jovem artista plástico e músico israelense Williams Shamir. Maneiríssimo!


terça-feira, 10 de março de 2009

Kit Contra Ressaca


Começo a lutar contra a ressaca muito antes de sair de casa para beber. Preparo o estômago com um bom shake de proteína, desses que têm 30 gramas de proteína por porção.
Durante a brincadeira, intercalo as caipirinhas com água e Coca-cola para reduzir a desidratação.
Ao voltar para casa, tomo mais um shake de proteína – que já deixo preparado na geladeira, antes de sair.
Tomara que a ANVISA não proíba a venda do shake...

Tá falhando, cara!!!!


Oi? Pois é... Quem diria...

Eu sei... eu sei... Mas fazer o quê? Acontece, cara.

Meu velho dizia: o poder é uma ilusão. Quem tem controle sobre o quê?

Você? Conta outra! Tá difícil de acreditar.... sim, até acredito na sua boa intenção, mas é ruim de você controlar alguma coisa, hein! É tudo muito imponderável, cara.

O quê? Sério? Quem te iludiu? Ah, com o tempo você aprende. Aprende...

Não duvide disso.

Tranqüilo. Tô na boa. Não me incomodo.

Eu também já julguei muito.

Critiquei.

Condenei.

... Ah, não sei. Continuo aprendendo.

Valeu!

Vamos deixar para continuar esse papo depois.

E o Ronaldo hein, cara?

Fenômeno!

E que dentista fenomenal o dele, não acha não?

segunda-feira, 9 de março de 2009

Eu Não Sou Cachorro, Não!


Adoro cachorros. Refiro-me aos seres da espécie Canis lupus familiaris. Entretanto, não tolero a idéia de levar cães para passear em shoppings ou para barzinhos. Que me perdoem os adoradores do Marvin e Eu e dos outros livros oportunistas que aproveitaram a mesma onda, mas cães são cães e não se fala mais nisso.
E tem mais uma coisa: o cão é seu, você que tolere seus latidos estridentes. Ninguém vai a um barzinho à noite desejando ouvir um cachorro desesperadamente latindo, na esperança de chamar a atenção do dono entretido com os amigos ou de outros cães que passam pela rua. É como impor um carma coletivo. Ninguém merece!
Quero saber se este mesmo dono leva o animal para o motel também. Ou, quem sabe, para a consulta com o ginecologista. Ou, ainda, ao banco onde está tentando conseguir um empréstimo.
Vamos lá, pessoal!!! Dá um tempo!!! É muita arrogância achar que está tudo bem deixar o cão latindo, incomodando aqueles que querem simplesmente beber ou fazer compras em paz.... Aqui vai uma sugestão: caso sua história de amor com o peludo configure uma relação simbiótica a ponto de você não conseguir se desgrudar do bicho por um segundo, adote uma focinheira ao integrá-lo a programas naturalmente projetados para seres humanos – peludos ou não.
Quanto maior sua dificuldade em compreender este conceito, maior a minha de decidir quem merece as grades do canil.

sábado, 7 de março de 2009

Pensamento do Dia

Estuprador que se preze é batizado, crismado e fez primeira comunhão. Amém.

Plante que dá


♥♥♥ Plantei um pé de foda-se.♥♥♥

Pro cacete!


Ah, cansei de profundidade. A complexidade encheu meu saco. Maquiagem barata para um completo niilismo de que tentamos apavoradamente fugir.
Hoje acordei desejando a simplicidade. A simplicidade das coisas, dos movimentos, das intenções. A simplicidade que me dá coragem para encarar quem realmente sou: porra nenhuma.
Minhas células estão cada vez mais simples. Mais escassas. Menos oxigenadas. Réquiem para as mitocôndrias.
Estou cagando para o elaborado, o erudito e seu eterno ziguezague que apenas traça um caminho pelas areias do meu cérebro deserto.
Hoje eu sou só coração. Quero beijar. Quero trepar. Beber. Dançar. Ver a noite só e simplesmente só pelo brilho das estrelas no céu escuro e pela promessa de descanso que se faz presente desde o entardecer.
Desejo o espanto frente a tudo. Ser parte da tribo que nunca viu uma garrafa de Coca-cola.
Quero parar de lutar para ser algo que nunca fui e jamais serei. Viva a minha ignorância! Viva minha compreensão limitada do universo! Viva a ingenuidade. Foda-se o resto.

Hehehehehehe.....

sexta-feira, 6 de março de 2009

Paixão




A coisa mais óbvia do universo: descrever todo o processo pelo qual passamos quando estamos apaixonados. Só que cada um tem seu próprio óbvio para descrever. Difícil entender essa porra? Pois é... coisas de quem está apaixonado. Quando eu me apaixono, perco a coerência. Coerência não combina com um coração bobo que dispara a cada seis minutos (Ih, viu só? Eu podia ter dito cinco, ou quem sabe dez. Não é tão óbvio assim, afinal de contas) quando o olhar dela surge na mente, assim do nada. E por falar em olhar, este sim tem tudo a ver com a paixão. O olhar é o grande desencadeador de todo esse processo. Pense bem na maneira como descrevemos nossas paixões. “Quando botei os olhos nela...” “Eu me perdi naquele olhar” “Quando a luz dos olhos teus...” “Seu olhar é tudo para mim” e por aí vai.
Acho que somos incuráveis viciados do olhar alheio. Talvez seja ele quem nos remeta àquele primeiro olhar que nos indicou que existimos... ah, nem preciso entrar em psicanálise aqui. Você me entendeu bem. A menos que nunca tenha se apaixonado, o que acho improvável.
Ridículo? Faça-me o favor. Pra início de conversa, aqui em casa só entra um arquivo MP3 da Bethânia se um hacker mandar pra minha máquina. CD então, só se alguém esquecer em algum canto. Acho que não há nada ridículo com relação à paixão. Ridícula é a maneira com que às vezes elaboramos as paixões não correspondidas. Foda-se também. Deixe que o Blunt cante e conte esses casos.
Estar apaixonado envolve sonhar com ela e acordar pensando nela. Dá uma coceira, sei lá. É provável que a gente fique intrigado tentando descobrir como esse olhar nos prendeu. Obviamente é tudo muito egocêntrico. Acho que desejamos mesmo é conhecer um pouco mais de nós mesmos, tipo, entender o que ela viu na gente, de que parte de nós ela agora tem posse.
Estar perdidamente apaixonado é encontrar-se continuamente tentando encontrar. A si. O encontro do que pensamos que nos falta. Ah, a merda dessa falta eterna...
Já vivi paixões de naturezas distintas. Paixões por osmose, na qual ela se fez tão presente e mostrou-se tão apaixonada que resolvi me apaixonar.. não teve jeito. Paixões do tipo “Caralho, de onde você surgiu, criatura do céu?” em que meu olhar (ele mesmo, o danado!) esbarrou com o dela e boom! Paixão fulminante por uma criatura que nunca vi mais magra. Quase sempre essas começaram no metrô. Sabe por quê? Porque convenhamos, no metrô só dá pra fazer o seguinte: ou o cara finge que está dormindo ou dorme de verdade, ou finge que está lendo ou lê de verdade ou então olha para as pessoas. Aí ferrou. Mas, continuando. Paixões do tipo “Caralho, onde que eu estava com a cabeça esse tempo topo que não te vi assim?”. Preciso explicar? Paixões literárias, em que eu me apaixonei pelo que ela escrevia e por suas idéias, que me fizeram calar e ouvir... essas então, são foda, pois mexem com as duas cabeças. Paixões do tipo “Quero te por no colo A-GO-RA!” em que ela despertou meus instintos de pai... ah, pai não, senão vou ter que admitir meus instintos incestuosos... digamos... mantenedor. Nesses casos ela geralmente tinha um olhar pidão, de quem precisava de cuidados....
É bom estar apaixonado. Oxigena o sangue. Aumenta a disposição. O problema é que de vez em quando a vontade de trabalhar vai pras picas. Ah, sim, e volta e meia me deixa com a boca suja... Não sei explicar essa porra. Mas também, se eu tentar explicar tudo, o prazo de validade acaba se reduzindo. Quero me manter apaixonado mais um pouco. Agora me dê licença, pois preciso dar mais uma olhada nas fotos dela.

James: Blunt ou Blue?


Outro dia vi casais dançando coladinhos ao som de “Carry You Home” e fiquei sem entender nada. Para quem faz das canções do James Blunt trilha sonora de seus romances, sem compreender as letras, aí vai uma reflexão: no dia em que esse cara começar a tomar anti-depressivos, ele pára de produzir.
E, devo admitir, todas as músicas dele são extremamente melodiosas, gostosas de se ouvir. Gosto de todas e me odeio por isso hehehehehehe. É quando tento me ausentar das letras. É o único jeito de me odiar menos.
Cara, é um tal de se apaixonar por musas inalcançáveis, crianças morrendo, afff.... Faz muito tempo que eu não choro, mas outro dia meus olhos chegaram a umedecer quando ouvi “If she had wings she would fly away”... Putz... É de cortar os pulsos, ou os punhos, como me corrigiria o Roberto, professor de educação física e, pelo visto, especialista em anatomia. Mas essa é outra história para um outro post.