sábado, 27 de fevereiro de 2010

A Trinta Metros do Chão



Que a tarde se oponha à manhã.
Que o sol recolha-se por um instante por trás de densas nuvens
E dê espaço à brisa que inicia este espetáculo, preparando nosso palco, nossa cama no terraço.
Que nossas peles não sejam tocadas por raios candentes, mas pelo frescor desta brisa que se opõe a nossos corpos em brasa
Que o ar se embebede do perfume de terra úmida, misturando-se ao aroma de sua pele desejosa de meus afagos, minha boca, minha língua e meu falo
Que este momento se prolongue por tanto tempo quanto eu puder tê-la envolta aqui, no calor de meu corpo, sentindo seu morno ofegar em meu ouvido, enquanto você se entrega completamente aos aferros de meu tesão.
Que o transbordar das densas nuvens alcance-lhe a face no exato momento em que eu estiver inundando-lhe de mim e, juntos, feneçamos por um doce instante.
Que chova no final da tarde.

12 comentários:

nina disse...

Um lindo, intenso e sensual poema Antônio! Puro aroma de sentidos...

Anônimo disse...

nossa...apertei a tecla aqui do computador para comentar seu texto...mas fiquei sem palavras...
vou ler de novo...

Nada como um poeta...

beijos
Leca

Leandro blogger disse...

Poeta, poeta, poeta.

Profundo, sexo e amor quase imperceptível em suas palavras, mais você foi além
Mergulhou na natura do prazer, desfrutou do deleite de um sonho, você buscou em outros horizontes as linhas do prazer.

“Que nossas peles não sejam tocadas por raios candentes, mas pelo frescor desta brisa que se opõe a nossos corpos em brasa”

Simplesmente magnífico...

b disse...

É ...construiu cenário e cena.
Bonitos.

Leandro blogger disse...

Magnífico é tu meu caro até por que o texto é teu.Você é um talento cara um grande talento.
Acho que já disse isso mais você tem uma intimidade com as palavras que me entontece.

De dar os parabéns e pouco pode apostar nisso, pois merece muito mais.

Ana Carolina Dias disse...

menino,assim vc me deixa sem ar. a-do-rei, antonio. achei o poema sutil,sensível, sensual... nossa! eu estou sem ar de verdade. amei. beijokas

Teófilo Andrade disse...

Belíssima postagem, Antônio Moura. O que é um poeta sem a paixão? A poesia necessita do elo entre o carnal e o espiritual, exatamente o que se encontra aqui ou aí a 30 metros deste chão. Não desça de elevador, meu caro. Goze da descida pelas escadas.

Nalva disse...

Obrigada pela preferência...Hihihi!!!
Sempre bom viajar com seus poemas...
E você ler as minhas loucuras...
Muito obrigada mesmo!
Me add no msn
nalvex@ig.com.br

Abraços!

Bárbara Grou. disse...

Construiu nestes versos grande e suave intensidade. Extremos completando-se para o ênfase.
Muito bonito, gostei de seus textos.
Uma boa semana.

Cristiano Contreiras disse...

Tu tens uma sexualidade velada no seu romantismo, a sua poesia ferve!

Abração!

Unknown disse...

Fera: d+! Romântico e sensual.

Anônimo disse...

sensualidade à flor da pele!