quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Prioridades




A poeira vai se espalhando, invadindo todo o espaço...
Não há tempo hábil de combatê-la.
Pouco tempo há para coisas mais importantes.
Mas, o que seria tão importante?
Nada é tão importante.
Peraí... não é bem assim.
Amar é importante.
Trabalhar, também.
Trepar.
Pagar as contas.
Malhar.
Mas o dia só tem 18 horas.
Sim, porque dormir é igualmente importante.
O trabalho consome grande parte das dezoito horas...
A trepada ocupa grande parte do espaço mental, muito mais do que a esfera do real.
E aí? E a poeira, malandro?
Pior que não é só a poeira.
É o limo. Os rejuntes precisam ser limpos.
As teias. Como chateiam! Dão no saco. O saco! Tem que aparar esse troço.
Por que saio espalhando as coisas pelo apê? Passo um tempão procurando onde enfiei isso ou aquilo...
Ligo pro meu celular umas três vezes ao dia. Peraí. O som tá vindo do banheiro.
Caraca, por que levei essa porcaria pro banheiro? Por acaso aguardava a ligação de Dom Cocô? Ou, quem sabe, da Marquesa de Peidolândia, ameaçando guerra contra o Marquês de Luftal?
A máquina quebrou. Tem que levar a trouxa para a lavanderia. Onde vou arrumar tempo?
Ah, tempo, dá um tempo! Como você faz falta! Não me deixe na mão, cara.
As teias estão aí. Os pentelhos pentelham. Os prazos se esgotaram. Preciso de grana.
E a poeira se espalha.

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