segunda-feira, 13 de abril de 2009

Antes que o diabo me carregue


Meu conceito de entretenimento ainda encontra-se atrelado à ideia de diversão. Quando eu me divirto, sinto-me feliz, leve, empolgado. Não é difícil então compreender a direção que o meu corpo toma – sozinho – ao entrar numa vídeo locadora: vou direto à parte de filmes de aventura, ação, policial; às vezes dou umas voltas pelas comédias, sobretudo se houver alguma novidade com Ben Stiller ou Adam Sandler ou ainda o grandioso Jim Carrey.
No último final de semana tive vontade de rever O Demolidor com Ben Affleck e, de quebra, aceitei a indicação do atendente e aluguei o famoso e bem cotado Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto.
Assisti primeiro ao Demolidor e no dia seguinte dei uma conferida no Antes que o Diabo.
A primeira metade do filme engana direitinho. Traz uma mistura bacana de ação, tensão e um toque de comédia. Entretanto, a narrativa logo descamba para o drama existencial, focando em um universo onde filhos sem grana assaltam pais, irmão come a esposa do irmão, irmão quer matar irmão, pai mata filho e todo mundo mente. Ou seja: e daí? Me conta uma novidade.
A experiência do cinema para mim ainda está nos elementos do processo sobre o qual se estabeleceu a narrativa clássica de Hollywood. Mais do que uma identificação, quero me transportar, me projetar. Quero me colocar no lugar de alguém diferente de mim. Alguém cujas qualidades eu gostaria de ter. Por uma hora e meia – no máximo duas horas, por favor! – consigo viver um sonho, com direito a uma trilha sonora em dolby surround.
Não é surpresa, então, que eu tenha curtido muito mais assistir novamente ao velho Demolidor do que ao novo Antes que o Diabo... É claro que eu gostaria de ter aqueles poderes do super-herói. É claro que seria muito bom ser bonitão como o ator que o interpreta.
Não é nada divertido ver um cara com um corpo de quem come 10 cachorros quentes por dia andando semi-nu por um apartamento, planejando assaltar a joalheria dos pais e dizendo que a solução para seus problemas com a esposa – uma deusa maravilhosa - é vir morar no Rio de Janeiro. Não há nada de novo em ver gente mentindo, traindo, trepando sem prazer, drogando-se. A não ser que o espectador tenha menos de 23 anos, aí tudo bem.
Não posso, entretanto, deixar de admitir o valor cinematográfico de Antes que o Diabo... Começando pela forma com que a história é contada, passando por belas atuações, bons movimentos, boa fotografia. Mas falta o herói. Falta o belo. Sobra o que se vê na vida real. E isso não me diverte.
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xxxxxxxxxxxxxxxxxxxMinha avaliação:


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3 comentários:

Ana Carolina Dias disse...

que pena que você não curtiu tanto, antonio. eu adorei. mas já vi que vc gosta mesmo é de bangue bangue e tiroteio. beijo

Roberto Madeira disse...

Eu tmb achei o filme frakinho.

Jota disse...

Ae, eu nem me interessei pelo filme a começar pelo título... esses títulos grandes ficam parecendo que o filme é europeu. tow fora.