terça-feira, 30 de setembro de 2008

Anglicismos que dão no saco (Oh, man! They sure break my balls!)


Ana, por favor, não me mande scrap; deixe-me um recado...
Vitor, por favor, decida o que você é: estilista, projetista, desenhista, decorador... é que designer pouco explica qualquer coisa.
Marcelo, pare de chamar o cara de loser. Acho que otário e idiota são palavras que expressam muito bem o que esse imbecil é de fato.
Lucas, meu caro, deadline é o cacete! Eu continuo cumprindo prazos.
Edu, cara, gerente de projeto não é inferior a um project manager; na verdade é a mesma coisa, sem ter que enrolar a língua e sem correr o risco de pronunciar errado!
Pedrão, que história é essa de front line, cara??? É difícil pronunciar “d.e. f.r.e.n.t.e.”? Ou quem sabe “l.i.n.h.a d.e f.r.e.n.t.e”?
Roberto, toma vergonha, cara! Brifar é o *#@&*#! Me passe uma síntese do projeto que eu tenho certeza de que entenderei, mané!
Se a coisa continuar assim, o destino de todos vocês é morar na Barra da Tijuca! Ocean front, é claro!

Efemeridade


É tudo provisório. Definitiva só a certeza de que somos provisórios. Nossas verdades de hoje amanhã esfarelam-se feito biscoito de água e sal pisoteado. Patético como já me levei a sério um dia...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Outubro!


A primeira vez que ouvi My October Symphony (Pet Shop Boys- Behaviour/1990) eu estava trabalhando em Blumenau. Fiquei logo impressionado com a qualidade dos arranjos e com a inteligência da letra. Comprei o cassete (risos) e não parava de escutar o álbum no quarto do hotel, mas a primeira música do lado B era simplesmente incrível. Dificilmente eu não repetia.
Até hoje eu me arrepio ao ouvi-la. Ainda acho Behaviour um dos melhores álbuns da dupla.
My October é uma espécie de ode às avessas à Revolução Russa. Nela, Neil Tennant expressa sua solidariedade e admiração pelos russos. Ontem, uma revolução; hoje, revelação.
A música é cheia de cores, sensações e imagens. E um quarteto de cordas!!!! Dá vontade de se teletransportar para o Hermitage, comer strogonoff, ler sobre os Romanov, Stalin, e qualquer coisa sobre a Rússia. Coincidentemente, eu estava em Blumenau em outubro. Momento de transição na minha vida. O auge do dia era me encontrar com a rapaziada no bar e encher a cara. Mais outubro e russo que isso, impossível. (Tudo, é claro, com um toque alemão). Só faltaram as folhas caindo das árvores – afinal, o outono já tinha passado havia meses.
Não sei onde foi parar o cassete (risos), mas o CD, que comprei anos depois, está sempre perto do som.

Tudo pelo melhor amigo


Hoje não quero usar cueca. Não sei por quê, mas acordei assim. Tô tentando me lembrar de algum sonho na noite passada, pra ver se há alguma relação... Acho que não. Acho que dormi de bruços e acabei sufocando o pinto. Sei lá. O garoto amanheceu querendo encrenca. Quer liberdade. Quer respirar. Há muito que ele só se mete em aperto. Uma noite é o látex que o sufoca; a outra, o peso do corpo que o espreme contra o colchão. Acho melhor não contrariá-lo ou corro o risco de passar o dia com o inimigo.
Pior se ele decidir ser meu inimigo à noite e nem olhar pra cima quando eu chamá-lo. Deus me livre. Ah, não custa nada passar o dia sem cueca.
...E se ele decidir ser meu inimigo de dia e olhar pra cima sem ser chamado?? Em hora inapropriada?! Agora fiquei na dúvida. Pra que afinal serve a cueca? Pra manter o cara focado, com a cabeça no lugar? Focado ou sufocado? Ih, rapá... Negócio cabuloso... Melhor voltar pra cama e dormir mais um pouco.

Eu diss qkri'um snduixe, pô!


Uma paciente do Dr. Katz disse certa vez que é possível estimar-se há quanto tempo um casal está junto pela simples observação labial. É que segundo ela, no início, o nível de felicidade dos enamorados é tão grande que eles tendem a abrir as bocas mais do que o normal para falar. À medida que o tempo passa, o casal experimenta uma contração muscular que vai subindo do pescoço até a mandíbula, impedindo a total articulação ao proferir qualquer coisa. Ela contou ainda que os pais estavam casados havia tantos anos que eles já não usavam talheres para comer: usavam canudinhos!

Se liga, maluco!


É, mané... deve haver algo errado quando ela passa o sábado inteiro ocupada com um projeto do trabalho e, quando finalmente vocês se sentam para ver um filme, ela dorme.
Deve haver algo errado quando ela passa horas ansiosa, com a cabeça no trabalho, tensa, mas olha para um cara “bacaninha” no restaurante.
Deve haver algo errado quando ela acha defeito em todos os lugares aonde vocês vão...
Se liga, pois o prazo de validade pode estar expirando...

domingo, 28 de setembro de 2008

Somos todos ovelhas!


Se tem uma coisa que adoro é quando alguém brilhantemente desmascara figurinhas tidas como ídolos, mas que não me convencem. Em Como a Picaretagem Conquistou o Mundo (Record), Francis Wheen consegue mostrar que nem tudo que reluz é ouro e joga a M no ventilador. Ninguém consegue escapar de sua visão ácida e crítica, sobretudo duas figurinhas que para mim nunca cheiraram bem: Princesa Diana e Madre Tereza de Calcutá (essa última também desmascarada por Tracy Kidder em um trecho de Mountais Beyond Mountains).

Para manter a forma


Fiquei impressionado com o que aprendi com o livro Ultra-metabolismo de Mark Hyman (Sextante). O programa de desintoxicação proposto é factível e funciona mesmo. Testei e me senti renovado. Acabei de dar de presente para um amigo que quer perder peso.

Um brasileiro mete a boca no trombone



Chorei de rir com Confissões de um Engraxate em Wall Street (Rocco). Doug Stumpf conta as histórias do brasileiro Murilo dos Santos que no livro é chamado de Gil. O livro é intrigante, engraçado, polêmico e garantia de entretenimento.

Pra lá das montanhas





Em seu livro Montains Beyond Mountais (Random House), Tracy Kidder, ganhador do Pulitzer, narra as aventuras e desventuras do Dr. Paul Edward Farmer, um médico norte-americano apaixonado pelos pobres e excluídos, que decide viver no Haiti. Em sua jornada para combater a tuberculose multi-resistente e a AIDS, Dr. Farmer passa por grandes provas que o ensinam que a medicina vai muito além da preocupação com o próximo, e envolve diversos interesses econômicos e políticos. Mas Paul não se deixa abater e vai muito além das montanhas do Haiti.









A Longa Descida (1999)


Eu tinha passado aquela tarde inteira preso no escritório lá no 14º andar da Almirante Barroso, 22. Dois mil e novecentos planos, uma dezena de afazeres, trocas de idéias com o Paulo, com o Alex, Márcio, Andréia e Shirley, que Deus a tenha. O intervalo para o almoço tinha sido breve, mas saudável, cheio de legumes, verduras... Coisa de deixar qualquer mãe orgulhosa. Fomos em um pé e voltamos noutro. Coisa de meia hora. Coisa de gente muito jovem mesmo.
A aula com o Falcão começava às seis. Olhei para o relógio. Putz! Cinco e quarenta e cinco! Eu tinha que esperar pelo elevador, que àquela hora pararia de andar em andar. Uma vez lá embaixo, teria ainda que cruzar todo o Largo da Carioca em direção à Rua da Assembléia. Ferrou.
Juntei a bagulhada e me mandei para o corredor, onde esperaria pelo elevador. O safado chegou rapidinho, já lotado. Deu pra eu me espremer entre o povo. Ufa!
Foi aí que a salada de repolho começou a por em prática suas intenções malévolas, dando o ar da graça. Só que o ar era o que eu menos desejava que despontasse ali naquele momento. Além de me espremer entre o povo, tive de espremer a bunda pra não incomodar o povo. Senti o suor frio escorrendo pela testa. Mais dez andares e o sufoco acaba. Mais uma espremida. Só que não deu. O repolho deu o ar da graça. A sorte foi que o desgraçado chegou silencioso. Entretanto, o que subiu pelo ar do pequeno elevador descendente foi algo que me fez pensar: “Não agüento comigo!” O que diria então a pobre da velhinha arqueada que estava atrás de mim? Não demorou muito para todos saberem o que ela diria. Jamais esquecerei daquela voz sofrida, resmungando: “Meu Deus, que diabo!”
A pedido da velhinha e de mais duas pessoas, o ascensorista parou no nono. Vários saltaram. Eu, querendo rir, chorar e esconder a cara, permaneci ali, firme e forte. Nunca mais como repolho na rua.

domingo, 21 de setembro de 2008


Morrisey, the drama queen

O Morrisey ainda é uma incógnita para mim. Suas músicas acompanharam minha adolescência e até hoje tenho uma curiosidade: será que suas letras retratam experiências e sensações vividas de fato? Cara, que vida rica em emoções a desse malandro! Como é que ele conseguiu sobreviver a tanto drama? O maluco compõe tão bem, que chega a ser convincente. Às vezes acho que é tudo criação de uma mente prolífica. Bem, fato ou boato, para mim o certo é que suas canções são irresistíveis e ao mesmo tempo sinistras.



Friday I’m in love.

Vivo para o findi. De fato, o final de semana exerce um poder alucinógeno sobre mim. É indescritível. E curioso é perceber como a vibração de sua chegada mexe comigo. Hoje, por exemplo, é quinta-feira, são 22:30 e estou que não agüento mais. Tô louco pra cair na cama. Que dia longo. Que semana agitada. Pareço ter que buscar energia da alma para continuar. Só que amanhã, invariavelmente, acordarei com uma disposição fenomenal, algo que não aconteceu hoje.