Queria muito dizer que orgulho-me de tudo que já fiz. Maior inverdade, não obstante, jamais haveria se assim eu insistisse em fazer.
Obcecado que sou, vivo em nível atômico e molecular o tormento causado pela culpa. Eis minha sina e meu desafio: despir-me do arrogante desejo de ser perfeito.
Creio que à medida que padeço e expiro, no meu processo doloroso de reflexão sobre o aqui e o lá, gravo a ferro em brasa ou, quem sabe, à palmatória de aço, a triste e pesada lembrança do que fiz e, mais que meramente lamentar, esforço-me para desaprender o itinerário que me levou à desgraça.
Lá não volto. A ponte que liga o então ao agora permanece, mas apenas no nível cognitivo. Mais cedo ou mais tarde, aprendo.